
No ano de 1997, a escola estava no processo de reestruturação curricular, preparando a transição para a proposta de ciclos de estudo.
Neste mesmo ano, a escola participou de uma pesquisa da ESEF/UFRGS (Escola Superior de Educação Física da Universidade Federal do RS). O objetivo da pesquisa era estabelecer comparações de curvas de crescimento de idade, gênero, peso, altura e resistência física de alunos de escolas públicas de Porto Alegre (RS).
Durante a realização da pesquisa pela UFRGS, as professoras de Educação Física e de Ciências da escola, envolveram-se no trabalho, com o apoio da diretora e de toda a equipe da direção. Estava nascendo aí, um projeto que tornar-se-ia realidade no próximo ano, com a adesão de professores de outras disciplinas.
Do objetivo inicial da professora de Educação Física, que era “... demonstrar a importância das aulas de Educação Física e, mais ainda, da prática de esportes para a saúde do organismo”, abriu-se um leque de curiosidades e de conhecimentos que envolviam o tema, pois era o ano da copa. Um dos únicos momentos em que o país se veste de verde e

Muitos desses alunos, sonhavam em ser jogadores como seus ídolos gaúchos Taffarel e Dunga ou como o carioca Ronaldinho/o fenômeno, dentre outros da equipe brasileira na copa 98. Ou quem sabe, ser o Zagallo, para escalar o seu time e ser mais uma vez campeão do mundo.
No decorrer do projeto, foi necessário construir instrumentos que seriam utilizados na realização do mesmo. Esta construção foi feita com o aproveitamento de sucatas por meio de um convênio da escola com o Galpão de Reciclagem de Lixo Comunitário da vila e de outros materiais disponíveis na escola. Também foi utilizado o kit de LEGO-logo e alguns instrumentos de modelo oficial adquiridos pela professora.
Surgiu a necessidade do uso da tecnologia para registrar os dados e para acesso ao conhecimento historicamente acumulado.
Foi feita a construção do banco de dados no Excel, a criação de gráficos comparando os dados da impulsão horizontal com os da força do chute, o desenho das bandeiras dos países e a projeção da perna mecânica no Paint.
Para a projeção da perna mecânica, o uso do Paint não foi satisfatório, então utilizaram um software simulador, o Interactive Physics/Kreo, onde puderam fazer várias simulações e trabalhar conceitos abstratos.
Avançando no uso da tecnologia, para responder às necessidades dos questionamentos, utilizaram a Robótica.
Em 1998, foi implantado nesta escola, o Laboratório de Informática, com 10 computadores, por meio do Projeto EducaDi/CNPq, o que possibilitou o uso da tecnologia no decorrer dos trabalhos. Foi de fundamental importância também, a parceria e a assessoria da equipe do projeto EducaDi, dando suporte e oferecendo novos softwares, adequados às necessidades do estudo.
Penso ser importante destacar o uso da hemeroteca durante a realização do projeto. Com o acesso à hemeroteca, tanto real como virtual, surgiram novas informações. Novas curiosidades e novos conceitos iam sendo construídos, assim como também, o projeto ia se encaminhando, se ampliando e tomando novos rumos.
O texto registra o envolvimento dos professores de Educação Física, Ciências, História, Geografia e Artes na realização do projeto. Refletindo sobre a leitura, observo que os conceitos trabalhados foram além destas disciplinas. Conceitos Matemáticos, de Física, de Geometria, de Ética, de Filosofia, de Sociologia, a Língua Inglesa no uso dos softwares e, permanentemente, o uso da Língua Portuguesa.
Após a leitura deste projeto, pude perceber o desenvolvimento de um trabalho riquíssimo, partindo da curiosidade dos alunos, envolvendo a construção do conhecimento através das pesquisas científicas e experimentações e o uso das tecnologias como recurso de acesso às informações e registro de dados. O projeto foi desenvolvido há exatamente 10 anos atrás.
Destaco as seguintes características de um P.A. observadas no “Projeto Aprendendo com a Copa 98:
- partiu das curiosidades e interesse dos alunos pelo tema;
- os professores foram os mediadores nas ações pedagógicas;
- professores e alunos foram aprendizes durante a realização do projeto;
- o projeto foi uma construção coletiva, que se ampliava a cada resposta e a cada nova dúvida e ou curiosidade;
- os alunos vivenciaram desafios constantes, onde buscaram e criaram novas alternativas de interação com o conhecimento e por conseqüência construção do mesmo;
- houve interdisciplinaridade (embora tenha iniciado somente com as disciplinas de Educação Física e Ciências, o trabalho ampliou-se abrangendo outras disciplinas);
- uso da tecnologia, para registrar dados, acessar informações e obter parcerias e assessoria.
FAGUNDES, Lea; SATO L. S. e MAÇADA, D. L. Aprendizes do futuro: as inovações começaram! Coleção Informática para a Mudança em Educação/Mec/Seed/Proinfo (publicado no site:http://www.proinfo.gov.br).
Um comentário:
Olá Marlete!
Parabéns pela sua reflexão acerca do Projeto Copa. Como você disse é um projeto "riquíssimo"
Ante a realidade de sua escola:
Como você vê o trabalho por Projetos de Aprendizagem na Escola?
Quais são as vantagens?
Existem dificuldades na escola que impeçam o trabalho com PA?
Grande Abraço!
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